O homem morreu após fazer um implante capilar na cidade de Feira de Santana
O comerciante Cláudio Marcelo de Almeida, de 50 anos, da cidade de Feira de Santana, no centro-norte do estado, sempre teve o desejo de fazer um implante capilar. Nas redes sociais, conheceu um médico que prometia acabar de vez com o “problema” da calvície. Se rendeu à técnica conhecida como Transplante Capilar FUE (Follicular Unit Extraction), que consiste em retirar alguns fios de cabelo do próprio paciente e reimplantá-los fio a fio na área desejada.
Cláudio juntou R$ 20 mil reais e, em dois meses após conhecer a técnica, já estava na clínica pronto para passar pelo procedimento. Depois de realizar o implante, o comerciante passou mal e morreu. A família acusa a clínica de negligência.
Em entrevista ao Domingo Espetacular, a filha de Cláudio disse que foi na companhia da mãe até à clínica buscar o pai. Lá, elas encontraram o paciente caído dentro de um dos banheiros ao lado de duas técnicas de enfermagem. “A minha mãe ouviu e achou um barulho estranho e abriu a porta. Meu pai estava literalmente no chão, sem nenhuma maca ou lençol”, lembrou Sarah Adorno.
O homem foi socorrido por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e encaminhado para o Hospital Geral Clériston Andrade. Na unidade de saúde, ele não resistiu após sofrer uma parada cardiorrespiratória.
Em nota enviada ao TV Record, a clínica afirmou que “o procedimento ocorreu de forma tranquila e dentro do esperado”. Acrescentou ainda que “após ter sido feito o curativo, o paciente se levantou para ir ao banheiro e que, poucos minutos depois, foi encontrado desmaiado”. “O médico foi informado e, no mesmo instante, iniciaram-se as manobras de reanimação”, diz trecho do comunicado.
O comerciante já usava uma prótese capilar que escondia a calvície que tanto o incomodava, mas a cunhada dele contou, também em entrevista ao Domingo Espetacular, que o sonho de Cláudio era nadar sem se importar com o implante. Ele estava tão animado com a mudança no visual que chegou a marca um churrasco pós-procedimento.
“Estava na maior felicidade, inclusive queria fazer um churrasco para comemorar […] Era um sonho muito grande porque ele disse que ficaria mais livre para nadar, que era o sonho dele mergulhar. Com o implante, ele se sentiria livre”, comentou Eliana Adorno.
O caso ainda está sendo investigado pela Polícia Civil de Feira de Santana. O responsável pelo procedimento já foi ouvido, assim como familiares da vítima e os profissionais do SAMU que atenderam o paciente. O médico não atendeu às ligações da TV Record.
