Mães e população protestam contra fechamento de duas escolas municipais em Itagimirim

Mães e população protestam contra fechamento de duas escolas municipais em Itagimirim

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A população realizou na manhã da última sexta-feira (7), em frente ao Colégio Municipal Othoniel, um protesto contra o anúncio de um possível fechamento dos prédios e das turmas do ensino fundamental das escolas municipais Adilson Guimarães e Adélia Pinheiro e as mudanças que já estão ocorrendo na educação pública em Itagimirim, interior da Bahia. São crianças, professores, pais de alunos e a comunidade unidos contra o que consideram intransigência e falta de prioridade da atual gestão com a educação municipal.

A manifestação se deu por conta que nos últimos dias, os pais, professores e alunos foram surpreendidos com um comunicado sobre o fechamento das unidades e a transferência de alunos em virtude da decisão da Secretaria Municipal de Educação que anunciou um novo plano de reorganização da rede escolar em todo o município.

Após a notícia de um plano de reorganização por decisão da Prefeita Devanir dos Santos Brillantino e do secretário municipal de Educação, Rafael Amaral, áudios de mães insatisfeitas se espalharam pelas redes sociais e gerou discussões sobre o tema em alguns grupos de WhatsApp e Páginas do Facebook.

Indignados e inconformados, os pais e mães dos alunos criticaram a medida do fechamento das unidades que implica na precarização da educação do município e justificaram a preocupação com o aprendizado dos filhos e, também, pelo desrespeito e falta de comunicação da Secretaria Municipal de Educação com a comunidade escolar.

Após sucessivas tentativas de acordo pela permanência das escolas e diante da resistência da gestão, os pais e mães de alunos se colocaram na linha de frente da mobilização, organizaram um protesto e decidiram sair às ruas em defesa das escolas e do futuro da juventude. Eles denunciam as arbitrariedades da prefeitura contra os alunos, professores e a comunidade escolar.

Os manifestantes se juntaram e se concentraram em frente ao Colégio Othoniel de onde seguiram em passeata pelas ruas da cidade para protestar contra o cenário de precarização da educação no município e a falta de diálogo do governo municipal.

Nas ruas, os pais, professores e crianças demonstraram suas insatisfações nos cartazes e faixas de protesto com críticas a decisão da Secretaria Municipal de Educação com os seguintes dizeres: “QUEREM FECHAR O NOSSO FUTURO”; “Sem EDUCAÇÃO já basta a GESTÃO que fecha escolas sem pedir PERMISSÃO”; “MINHA ESCOLA, MINHA ESCOLHA”; “Quem fecha escola, abre presídios”; “Toda criança tem direito a uma escola próximo a sua residência”, de acordo com o artigo 53, da lei nº 8069, de 13 de julho de 1990 e entoavam palavras de ordem, pedindo pela permanência das atividades das duas escolas e para que a desativação das unidades não se concretize. Segundo informações, x pessoas participaram da manifestação.

A comunidade resistiu em frente à sede da Prefeitura porque é contrária ao fechamento das duas unidades. A manifestação terminou em frente ao prédio do Executivo Municipal onde mães afirmam terem procurado a prefeita e o secretário de educação, porém, não conseguiram manter o contato, pois o local permaneceu fechado por todo o dia, conforme determinação da gestora.

Por ordem da Prefeitura, a Secretaria Municipal de Educação tomou a decisão de forma arbitrária sem consultar a opinião de professores, alunos, familiares ou funcionários e, pelas mudanças que surpreenderam a comunidade escolar, os alunos das escolas devem ser transferidos para um prédio sem nenhuma estrutura para receber as crianças.

O fechamento das duas escolas está enquadrado no que a prefeita e o titular da pasta da Educação vêm chamando de reestruturação do ensino público: fechar escolas municipais e realizar a junção de turmas das duas escolas de Ensino Fundamental para um espaço limitado, o que poderá render em turmas superlotadas.

A medida anunciada pela prefeitura de transferir alunos da rede municipal de ensino para um prédio onde vai abrigar unidade escolar está gerando polêmica e pais e mães de alunos estão revoltados com o anúncio do suposto fechamento das unidades de ensino e a extinção e/ou fusão de turmas e a consequente transferência dos estudantes para o novo local. Eles afirmam que a revolta das famílias é, principalmente, pela qualidade dos serviços educacionais prestados por professores e funcionários em sala de aula, o que pode causar transtorno à comunidade.

De acordo com o relato dos familiares, funcionários e professores, em vídeo publicado e compartilhado pelas redes sociais, um prédio em reforma está previsto para acomodação das crianças como solução para o problema, mas os pais denunciam que o local apresenta problemas de infraestrutura onde as salas não têm sequer condições de desenvolver as atividades educacionais.

O fechamento das duas unidades de ensino e a consequentemente fusão de turmas podem ocasionar a superlotação das salas, comprometendo o trabalho pedagógico e o remanejamento dos educadores pode gerar possíveis demissões de professores e funcionários.

O mandato da atual prefeita de Itagimirim já construiu um histórico de desrespeito aos trabalhadores da educação, deixando os profissionais e estudantes sem estrutura adequada de trabalho e de estudo. Agora, com medidas de fechamento de escolas, segue os passos de governos ditatoriais, que em nome de uma suposta “reorganização”, quer deixar os alunos sem escola ou para que estudem a quilômetros de distância de casa, deixando salas de aulas lotadas, professores demitidos e escolas de portões fechados.

A reportagem do Pauta Bahia entrou em contato com a Secretaria Municipal de Educação de Itagimirim para obter um posicionamento sobre o protesto contra um suposto fechamento das escolas, mas até o momento não obteve resposta.

Veja o vídeo:

 

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