Cientistas do Senai Cimatec desenvolvem carne com bioimpressora

Cientistas do Senai Cimatec desenvolvem carne com bioimpressora

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Previsão inicial de quando poderemos experimentar o primeiro bife é em 2023

Foto: Ministério da Agricultura/Divulgação
Foto: Ministério da Agricultura/Divulgação

Cientistas e pesquisadores do Centro Tecnológico e Universitário Senai Cimatec, em Piatã, estão desenvolvendo a criação de carne celular, por meio de uma bioimpressora. Conforme publicado no Jornal CORREIO, desde dezembro, o Senai adquiriu o equipamento, derivado da impressora 3D, capaz de imprimir alimentos e tecidos de origem animal.

Ainda segundo o jornal, a previsão inicial de quando poderemos experimentar o primeiro bife produzido em laboratório, feito na Bahia, é em 2023. Os pesquisadores estão trabalhando diariamente para chegar na estrutura igual ao da carne convencional, com formato, tabela nutricional e cor.

O ator principal para a criação deste material são as células-tronco. Ela é retirada do cordão umbilical ou até mesmo da pele do animal. “Também é possível a retirada pela medula óssea, mas a gente evita, pois é muito invasivo para o animal. Não é nossa intenção. É possível tirar de pele, mas precisamos transformar estas células novamente em tronco”, explica Jaqueline Vieira, doutoranda em engenharia tecidual pela Fiocruz e integrante da equipe que está imprimindo as carnes em Piatã.

“Por quê? Para que estas células cresçam em grandes quantidades, precisamos de biorreatores e a célula-tronco é uma das que crescem bem neles. Gordura, músculo e pele são células acostumadas com o corpo da gente, grudadinhas, muito específicas, difícil de manipular”, acrescenta Jaqueline.

Em resumo, a célula-tronco se transforma em tudo que somos, por isso ela se tornou providencial para customizar todo material biológico sintético, como a carne ou até na construção de órgãos em laboratório para futuros transplantes.

Confira as etapas para a produção da carne na bioimpressora:

Primeiro, o animal trespassa por uma biópsia, na qual são retiradas células-tronco de algum lugar, geralmente do cordão umbilical, sem prejudicar o boi. É possível remover de outros animais.

Depois que as células-tronco são extraídas, elas são colocadas em tanques ricos em nutrientes chamados biorreatores. Ele se multiplicará lá até que seja abundante o suficiente para produzir fibras, gorduras e outros tecidos vivos.

Essas células serão transformadas em hidrogéis. Os cientistas projetaram a carne e equilibraram a fibra e a gordura que lhe darão o sabor e a textura que determinam se a carne é picanha ou maminha. Em seguida, imprimem em uma bioimpressora.

Feita a carne, as células ainda estão vivas e entrarão em outra etapa, o meio de cultura e maturação, onde obterão seu corpo, proteínas e nutrientes. Temos um bife de laboratório pronto para ser grelhado.

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