Presidenciável avalia que o atual mandatário vai desistir de concorrer à reeleição
Pré-candidato à presidência nas eleições de outubro, Ciro Gomes (PDT-CE) comparou a atual conjuntura do governo Bolsonaro com a administração de Fernando Collor de Mello (PROS-AL), que renunciou ao cargo em 1992, após sofrer processo de impeachment.
“Quem acompanhou a agonia final do governo Collor, sabe que há mais que semelhanças com o que ocorre com Bolsonaro. Mesmo a mais forte diferença – não cair por impeachment – não os separa, pois forças diversas estão lhe impondo uma cassação lenta e irreversível”, pontuou Ciro, segundo o qual, assim como o alagoano, “Bolsonaro está sendo asfixiado, sem perceber, por seus próprios aliados”.
“O centrão, que já tomara as rédeas do Congresso, vai aos poucos tomando as áreas de comando de todo o governo. A rasteira em Guedes é capítulo importante”, avaliou Ciro Gomes, referindo-se ao decreto editado por Bolsonaro nesta quinta-feira (13), tirando poderes do ministro da Economia e passado ao titular da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), na execução do orçamento.
“Não será surpresa se na ampla mudança no ministério que virá, Bolsonaro tente camuflar a capitulação final alardeando, como fez Collor, um ‘ministério de notáveis’. Será a tragédia se repetindo como comédia”, declarou o presidenciável, que prevê como “ato final desta tragicomédia” a desistência do atual mandatário à candidatura à reeleição.
“Destruído político e fisicamente, sem nenhuma chance eleitoral, o destroçado presidente teria, assim, seus direitos políticos simbolicamente cassados pela sociedade”, concluiu Ciro Gomes.